Conceitos, Definições e Antecedentes da Logística Empresarial
Logística era um termo
militar de origem francesa (do verbo loger: “alojar”) que significava “a
arte de transportar, de abastecer e de alojar as tropas”. Depois disso,
quando a Logística adentrou as organizações ela passou a ser conhecida como “a
arte de transportar, abastecer e armazenas os produtos”.
Atualmente pode-se afirmar que a Logística trata de todas as atividades
de movimentação e de armazenagem, as quais facilitam o fluxo de produtos (e/ou serviços) desde o ponto de aquisição da
matéria-prima até o ponto de consumo final.
Dessa forma, a Logística Empresarial tornou-se a responsável pela movimentação de
produtos através da utilização de equipamentos, de mão de obra e de instalações
adequadas. Alguns autores definem a Logística Empresarial
como sendo uma soma de atividades que visam maximizar o resultado de uso de
matérias, desde sua origem até sua oferta no ponto de vendas.
Para outros a Logística é o processo de
planejar, implementar e controlar, de maneira eficiente, o fluxo e a
armazenagem de produtos, cobrindo desde o ponto de origem até o ponto de
consumo sempre com o objetivo de atender aos requisitos do consumidor.
Antecedentes da
Logística.
A Logística tem sido uma
preocupação constante no escoamento e na organização da produção e no Brasil a
partir da segunda metade da década de 90 com a estabilização da economia
nacional, as empresas conseguiram integrar suas atividades logísticas de forma
eficaz.
E a partir desse período houve um
interesse maior pelo tema, em função da competitividade da indústria nacional,
principalmente com a abertura comercial – iniciada no governo Collor – e fortalecida
pela valorização da moeda, com o Plano Real.
O tema Logística passou por uma
evolução, a qual esta dividida em cinco (5) eras:
q “Do Campo ao Mercado” – início no começo do
século XX, quando a sua principal preocupação era com o escoamento da produção
agrícola – principalmente o café.
q “Funções
Segmentadas” – de 1940 até início da década de 60, quando a Logística
recebeu uma grande influência militar, em função da 2ª Guerra. Neste período a
sua preocupação era com a movimentação de produtos, principalmente o armazenamento
e o transporte de bens.
q “Funções Integradas” – início da década de 60
até os primeiros anos da década de 70, quando agregou uma visão integrada,
incluindo custo total das operações logísticas e a abordagem de sistemas. Nesse
período seu foco foi ampliado para os transportes, a distribuição física dos
produtos, o armazenamento, o estoque de produtos e o manuseio de materiais.
q “Foco no
Cliente” – início da década de 70 até metade dos anos 80, quando a
Logística passou a ressaltar a produtividade e os custos dos estoques. Nesse
período a Logística passou a ser ensinada nos cursos de Administração
de Empresas.
q “Logística Como Elemento Diferenciador” – Período atual,
cuja globalização e a tecnologia da informação transformaram a Logística em um
diferencial competitivo para as organizações.
Conteúdo de Logística.
A) Setor de Serviço ao Cliente: As empresas têm que procurar criar valor
para os seus clientes, através de um serviço de entregas mais freqüentes,
através do cumprimento de prazos, através da disponibilidade de mercadorias,
entre outros itens que podem atrair o cliente.
B) Controle de Estoques: Deve ser realizado em conjunto com a administração
de transportes e armazéns. A Logística deve optar pela redução dos níveis de
estoque, devido a maior diversidade de produtos existentes nas empresas, ao
maior número de clientes a serem atendidos e o elevado custo do “capital imobilizado” em estoques.
C) Armazenagem: Está diretamente relacionada com a localização das
instalações. Ou seja, conforme a localização das fontes de matérias-primas, do
mercado em que a empresa atua e as vias de acesso haverá mais ou menos
necessidade de novos centros de distribuição para as empresas.
D) Transportes: Existem cinco (5) modalidades de transportes
(rodoviário, ferroviário, hidroviário, dutoviário e aeroviário), os quais serão
utilizados conforme as operações, conforme os produtos, os clientes, a
localização e os recursos das empresas. Dentre os transportes modais existem
diferenças quanto aos custos fixos e variáveis, que influenciarão na escolha de
qual a modalidade será utilizada. Além disso, a velocidade, a disponibilidade e
a freqüência tornarão o modal viável ou não.
E) Atividades de Distribuição: Precisam ser estabelecidas pelo setor
de Logística. Em 1° lugar é necessário saber se a distribuição será direta ou indireta.
Em seguida deve-se planejar o tamanho do canal de distribuição que será
utilizado e o sistema de distribuição usado. Por fim, as tecnologias e sistemas
de informação são o elo de ligação entre todas as atividades e permitem, junto
a técnicas gerenciais e a equipes uma interação entre as atividades Logísticas.
Armazenamento.
Considerando-se as regras da economia a
função “armazenamento” torna-se uma atividade cada vez mais complexa, pois a
manutenção de estoques numa organização requer o emprego de altos recursos
financeiros e se constituem em custos (classificados como “custos de armazenagem”).
Dessa forma, pode-se dizer que os
custos de armazenagem se constituem pela soma de diversos outros custos, tais
como seguros, impostos, prejuízos decorrentes de avarias, aluguéis, rateio dos
equipamentos de manuseio (empilhadeiras, máquinas, equipamentos, etc),
obsolescência, pessoal, custos administrativos em geral e outros.
Principais
Fatores a Serem Considerados na Armazenagem:
A) Semelhança: Todos os
produtos devem ser armazenados considerando-se a sua similaridade (ou
semelhança), o que nos é dado através de uma rigorosa classificação. Com a
finalidade de facilitar a armazenagem (e a distribuição) os produtos devem ser
armazenados (e localizados) por grupos e, dentro desses grupos, por classes.
Tanto quanto possível, todos os itens de uma mesma classe deverão estar em uma
mesma área.
B) Popularidade: É a
freqüência de saída de um determinado produto; isto é, é o número de vezes que
esse produto é solicitado e entregue. Não confundir com quantidade de saída. A
freqüência de saída (ou popularidade) do produto é o 1º fator a ser considerado
na determinação de sua localização, pois esse tipo de produto deve ser
armazenado o mais perto possível da área de recebimento (ou de expedição).
C) Tamanho:
Considerando-se o nível inconstante de determinados produtos em estoque,
torna-se essencial considerar-se sua armazenagem em termos de cubagem (metros
cúbicos) e não da área (metros quadrados). Sendo assim, o almoxarife deve ser
capaz de lidar com uma quantidade de produto em estoque, classificando-o
conforme os espaços por eles ocupados, em lotes grandes, médios e pequenos.
D) Características: A maioria dos
itens pertencentes ao abastecimento comum não exige métodos especiais para seu
armazenamento (ou sua manobra). Entretanto, existem alguns produtos que
necessitam de manobras (e armazenagem) especiais e, entre eles, encontram-se os
combustíveis, os inflamáveis, os explosivos, os produtos radioativos, etc. E,
considerando-se as peculiaridades desses produtos, podemos classificá-los pelas
suas qualidades de:
·
Periculosidade – é a qualidade de certos produtos
cujas características podem torna-los perigosos, quando em contato com outros
produtos (ou pessoas). Sendo assim esses produtos devem ser armazenados em
locais especiais. Exemplo: inflamáveis, explosivos, etc.
·
Segurança – é a qualidade de certos produtos
cujas características torna-os alvo de roubo e, sendo assim, devem ser
armazenados em locais onde se possa estabelecer rígidos controles de segurança.
·
Pericibilidade - é a qualidade de certos produtos
cujas características limitam seu tempo de armazenagem, uma vez que estão
sujeitos à deterioração e, sendo assim, o almoxarife deve estar atento para que
o estoque mais antigo esteja saindo antes, utilizando-se para tal do método
PEPS (Primeiro que Entra, Primeiro que Sai).
Transporte
de Materiais.
Dentro do
universo que é a Logística encontra-se a atividade de transportes que, dia a
dia, cresce de importância devido ao fato de ser determinante nos custos finais
dos produtos transportados. E, sendo assim, pode-se dividir o Transporte de
Materiais da seguinte maneira:
A) Carga Geral = é o tipo mais comum de
transporte, sendo aquele que – apesar de sua grande incidência – não necessita
de cuidados especiais. Pode ser realizado por todas as modalidades conhecidas e
depende somente do seu custo para sua realização. No transporte de carga geral
o fator determinante é o custo, uma vez que o mesmo é utilizado freqüentemente
para transporte de produtos que são cobertos por apólices de seguro.
B) Carga Especial = é aquela que necessita de
estudos (e cuidados) especiais para seu transporte. Exemplo: inflamáveis,
explosivos, produtos químicos, etc.
C) Carga Excepcional = é aquela que envolve
condições de grandes dimensões, peso ou características e, por isso mesmo,
necessita de estudos (e cuidados) especiais para sua realização, como por
exemplo: o transporte de turbinas, reatores de usinas nucleares, vasos de
pressão, etc. As autoridades rodoviárias consideram “cargas excepcionais”
aquelas que ultrapassem a qualquer um dos seguintes limites:
q
Peso Total =
45 TON (veículo + tara)
q Largura = 2,60 metros
q Altura = 4,40 metros
q Comprimento = 19,80 metros
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