Quem
São os Verdadeiros Concorrentes de Uma Padaria? E de um Pequeno Supermercado?
Como Competir no Mundo Globalizado?
Ao
retornar de uma viagem de negócios ao interior do Estado estacionei em um dos postos de serviços à beira da
estrada, onde me deparei com uma cena realmente inusitada: _ dois vendedores de
frutas trocaram socos na minha frente, porque ambos disputavam a preferência do
consumidor. Ou seja, eu.
Isso
me fez recordar de um fato presenciado por mim há algumas décadas, quando eu
ainda era vendedor de uma multinacional de produtos alimentícios. Naquela
ocasião eu visitava um pequeno supermercado de um bairro distante quando, de
repente, entrou um sujeito no estabelecimento e – sem mais nem menos – esmurrou
o comerciante que eu estava atendendo.
Acalmados
os ânimos soube que ambos eram concorrentes próximos. Ou seja, tanto o agressor
quanto o agredido tinham pequenos comércios na mesma rua. Será que era isso que
eles denominavam de “competitividade”? Tentar aniquilar
um colega de negócios só porque ele estava próximo? Talvez eles não soubessem –
naquela época – que um dos segredos de qualquer negócio é exatamente o
contrário: _ ser o melhor, sem precisar brigar com nos outros.
No
mundo moderno, onde a competitividade é abundante é
necessário que os pequenos empresários saibam identificar quem é o seu
verdadeiro concorrente. Eles devem refletir sobre outros campos onde existe
muita competição. Por exemplo: _ quais são os concorrentes de um piloto de
Fórmula Um? Os outros pilotos ou o cronômetro?
Se
você vende livros, o seu concorrente é a livraria da esquina ou a Internet? E
se você vende tênis de grife, o seu competidor é o camelô adiante ou as lojas
do shopping de Miami e Orlando? Mas, se você vende um produto que não é muito
bom, então, nesse caso, você realmente não tem concorrentes, você tem inimigos.
Ou seja, seus próprios clientes.
Quem
poderia derrotar a melhor seleção de futebol do mundo, a não ser ela mesma? A
melhor adversária de uma organização talvez seja ela mesma. Na verdade os
concorrentes mais ajudam do que atrapalham, pois são eles que forçam as
empresas a inovarem e a crescerem.
Conheço
pessoas – e você também – que ao retornarem de suas viagens ao exterior trazem
em suas bagagens biscoitos, lápis, tempero, etc, em quantidade suficiente para
dois anos de consumo. Sabe com que estão concorrendo? Com as padarias, bazares e as
quitandas do próprio bairro onde essas pessoas moram.
Numa
economia globalizada os concorrentes são do mundo inteiro, pois no mundo
empresarial baseado na inovação os concorrentes são inusitados. Ou seja, as telecomunicações
concorrem com as passagens aéreas; a televisão concorre com o varejo; os computadores
concorrem com os despachantes – por exemplo.
E
numa economia moderna onde o cliente é o rei, os concorrentes são os próprios
clientes apaixonados ou rancorosos, pois assim podem construir ou destruir a
imagem de uma empresa e seus produtos. Sendo assim, nos dias atuais, onde a
competitividade entre as organizações – pequenas, médias e grandes – é avassaladora,
mais do que nunca é preciso associativismo e cooperativismo.
Hoje
vivenciamos o momento da Gestão Compartilhada daqueles que antes eram inimigos nos
negócios e o melhor exemplo disso são as redes de compras formadas por pequenos
supermercados, farmácias e padarias. Diante disso, é necessário que os
empresários entendam que é preciso unir-se a fim de poder competir com o mundo
todo – esse, realmente o maior concorrente de qualquer negócio.
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