terça-feira, 3 de abril de 2018

Pagamento Virtual



Está na Hora das Organizações Utilizarem a Criptomoedas Para Remunerar Funcionários?







Para alguns, é o futuro financeiro – e mudará a maneira de encararmos o dinheiro – e, para outros, trata-se de uma moda passageira; isto é, uma bolha que pode estourar a qualquer momento. Estamos falando do bitcoin, uma criptomoeda que foi desenvolvida para oferecer privacidade e dispensar intermediários nas transações com bancos e governos.



Inicialmente tímida, a moeda virtual chama a atenção pela sua valorização. A previsão é que os gastos globais com blockchain cheguem a U$ 9,2 bilhões em 20121, ante U$ 945 milhões em 2017. No Brasil, os números também são impressionantes, pois só no último mês de 2017 foram negociados R$ 2,5 bilhões em plataforma da empresa Mercado Bitcoin.

Se até então, as organizações que lidavam com bitcoins eram as que negociavam a moeda, algumas de fora do ramo já vêm surfando nessa onda. A Burger King – por exemplo – criou a própria moeda na Rússia e, a KFC, passou a aceitar pagamentos em bitcoins em suas unidades no Canadá. A Kodak também anunciou seu dinheiro virtual no início de 2018.

Já a empresa de tecnologia japonesa (GMO Internet) foi além e, começou a dar aos funcionários, a opção de receberem o salário em bitcoin. A ideia é melhorar o entendimento a respeito das moedas virtuais, pois afinal, mesmo para os que estão animados com as perspectivas trazidas pela transação, a ideia ainda é novidade.

No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários anunciou que os fundos não poderiam investir em bitcoins e, para alguns, esse foi um sinal de más notícias. O assunto será alvo de regulamentação. “Espera-se que as moedas sejam legalizadas por aqui, mas há poucas certezas em relação a como serão regulamentadas”, disse Bruno Ramos – Diretor da Veirano Advogados.



No entanto, existe a possibilidade de que proíba o uso, ou então, de que sejam cobradas taxas, o que tornaria o mercado menos atraente. Afinal, uma de suas grandes vantagens são as trocas internacionais sem burocracia. Há também dificuldades trabalhistas. “Na lei, qualquer contrapartida precisa ser através de pagamentos oficiais, o que não é o caso ainda do bitcoin”, disse Adilson Silva, sócio da Consultoria Mazars Cabrera. Ele cita a volatilidade do mercado. “O funcionário pode receber hoje um valor e no dia seguinte ter uma soma diferente”.

Para Silva, é cedo para falar em remuneração em bitcoins, pois pode haver demora na sua liquidação; isto é, em sua troca por outras moedas. Mesmo assim, essa é a aposta de muitos e, um bom exemplo é a Bitwage, com sede na Califórnia, a qual possui mais de dez mil usuários entre pessoas físicas e corporações. Por meio da plataforma, as companhias podem fazer um pagamento e o funcionário escolher em que moeda quer receber.

“A maioria dos nossos clientes são da área de tecnologia e, quando a pessoa aceita receber em bitcoins, ela já está ciente das condições”, disse Fabiano Dias da Bitwage, o qual também é pago assim e usa serviços de boleto que aceitam a moeda para quitar suas contas. Para ele, essa possibilidade traz vantagens à organização. “O bitcoin pode cativar o funcionário, bem como um escritório bacana ou outros benefícios”, disse ele.



Usar a criptomoeda como estratégia de remuneração está longe de ser a única forma de as companhias aproveitarem essa tecnologia. Ela permite que as empresas criem a própria moeda, uma forma de dar ações aos funcionários. Apesar das incertezas, a criptomoeda não deve desaparecer tão cedo do mercado e precisa ser avaliada pelas organizações tradicionais. Mas, é bom ir com cautela. “É importante como você vai contabilizar isso”, disse Vilanova da EY. “E ter a certeza de que quem optar por receber em criptomoeda, tenha a certeza de como funciona”




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